segunda-feira, 2 de maio de 2011

Zama

Mataram o Zama. Visse não? Foram as primeiras palavras que escutei quando entrei no escritório hoje. Foi, é? E quem falou que era mesmo ele? O governo americano. Fizeram até teste de DNA. E quem fez o teste? O governo americano. Hmmm. Acredita não? Bem, talvez vendo o corpo... uma coisa meio Che Guevara, arrumadinho e tudo, sem sangue, para não assustar muito, acredito.

À noitinha, a moça do noticioso informou que tinham, sim, dado um banho tcheco no cadáver. E que tinham até enfiado o cara num saquinho branco, como manda a religião dele. E aí tacaram o corpicho terrorista no fundo do mar. Um terror, com o perdão do trocadilho. O Bama mata o Zama e dá fim na única prova... sei não...

Em uma viagem ao México, enquanto percorríamos um trajeto árido, sem graça, até as pirâmides maias, o guia ia distraindo o grupo com histórias divertidas sobre seus antepassados. Numa certa altura perguntou o que sempre fora essencial para garantir o domínio das minorias. O que necessariamente um grande governante precisa? Qual é o instrumento indispensável para estar sempre no topo? Dinheiro? Poder? Contatos? Carisma? O grupo listou inúmeras opções.

Informação. Quem tem a informação tem tudo. Quem controla a informação, controla tudo.

E prosseguiu contando como os espanhóis tiraram proveito da informação de que os índios teriam confundido Hernán Cortez com o deus Quetzacoatl, a Serpente Emplumada, e assim conseguiram uma ajuda extra na seu propósito de dominação.

Só para comparar, em outra ocasião, indo de Porto Seguro para Arraial da Ajuda, na Bahia, nosso guia foi nos distraindo com uma garrafa cheia dágua, com um furinho que permitia um pequeno vazamento, molhando desconfortavelmente quem momentaneamente a segurasse, e que era jogada de um para o outro enquanto todos falávamos em uníssono, sem parar: Ba-ta-ta-quen-te-ba-ta-ta-quen-te-ba-ta-ta-quen-te...

Voltando à informação. E adoro uma teoria da conspiração: O Bama está com a popularidade baixa. Mata o Zama. Os abobadinhos o idolatram. O Bama, não o Zama. Todos os jornais do mundo mostram os pulinhos histéricos dos fazedores de justiça da bolota azul. É o cara! Mega, super, ultra! Hip, hip, hurra! Que ninguém mais diga que ele não cumpriu promessas de campanha. Tá fazendo jus ao salário. Mas ainda acho que tem caroço nesse angu. Sei não. Aí tem!!!

Andei vendo o filme Jogo de Poder, com o Sean Penn e a Naomi Watts, no qual uma agente da CIA quase se lascou porque seu marido desmentiu publicamente o governo Bush que afirmava, mesmo sabendo que isso era falso, que o Iraque possuía armas de destruição em massa. A história é real e no final do filme a gente fica se achando uma banana pacovan por ser vaquinha de manobra. Vaquinha? Não. Massinha.

Bem, vão-se os Zamas, ficam os Bamas. E só o futuro nos dirá se procede a informação que temos de que a humanidade tem jeito ou se, como o Zama, só matando!