E quem foi que disse que homem não chora? Ou que precisa de um bom motivo para chorar? Pois hoje, do nada, bateu um não sei quê de nostalgia, melancolia, saudade... assim, sem ter por que.
E quando dá essas coisas estranhas visito A Casa de Rubem Alves, onde encontro de tudo. O que quer que eu queira sentir encontra eco em algum texto, alguma crônica nova ou antiga dele.
No comum das vezes, para chorar, gosto de ler a história O Menino e a Borboleta Encantada. Mas hoje encontrei uma nova, O Jardineiro e a Fräulein. Muito comovente. Diz ele (Rubem) que é uma história real. Ainda maior a razão para chorar. Como em Razão e Sensibilidade, a situação vivida pela Emma Thompson e pelo Hugh Grant em que ela entende tudo errado, acha que ele está comprometido e decide esquecê-lo. Ambos sofrem em silêncio. Desnecessariamente. Impossível não chorar.
A verdade é que a idéia de separação sempre me atordoa um pouco. Quando a separação é definitiva, então... mas o que mais acaba comigo é aquele momento imediatamente anterior, em que se compreende e aceita a separação (ou a morte) como algo inevitável. Foi por isso que eu comecei a sentir aquela coisa esquisita embolando na garganta há pouco, ao tentar tocar no violão a música Veterano, do Leopoldo Rassier. A percepção de que o fim (ou a passagem) se aproxima e que não há nada a fazer a não ser enfrentar o momento de cabeça erguida, é muito comovente.
Sim, estou ciente de que este texto está um tanto desconexo. Mas talvez faça algum sentido para quem conhece os textos, o filme e a música.
De qualquer forma, hoje não estou para escrever. Estou para chorar rios. E, quer saber, vou reler a história do menino e da borboleta!
Um comentário:
Meu caro amigo Nestor...
Pois cada vez que me da vontade de chorar, especialmente em público eu reprimo, porque fui reprimido por uma amiga, minha colega há um bom tempo atrás (aliás, maravilhoso tempo).
Nunca me convenci totalmente de suas razões, mas, seja como for, o fato é que eu lembro, sempre...
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