terça-feira, 2 de novembro de 2010

Pilates para o cérebro

Recebi, ontem, um e-mail com esse título e me interessei. Ocorre que comecei a fazer pilates há duas semanas, para sair do meu estado polenta, e acho que está surtindo alguns espantosos resultados. Pois se pilates para um corpo decadente parece funcionar, por que não aplicar a técnica a um cérebro já não tão ágil?

Abri a tal mensagem eletrônica e já fui percebendo que me enquadrava no grupo que carece deste tipo de exercício. Eram citadas algumas situações que já se tornaram corriqueiras para mim.

Situação 1: Vou comentar com alguém um filme ótimo que é com aquele ator, sabe, aquele, que fez aquele outro filme, que é filho daquele bem famosão, que casou com aquela, linda, morena, que fez acho que foi... Zorro! E o interlocutor fazendo sinal de que sim, sabe, mas não lembra porcaria nenhuma.

Situação 2: Acordo e saio com a maior pressa do mundo para o trabalho e quando fecha o portão eletrônico não lembro mais se eu tranquei ou não a porta de casa com chave. Volto só para perceber que estava tudo ok.

Situação 3: Procuro meus óculos de leitura por todos os cantos, reviro a casa, prometo a Santo Antoninho dar três pulinhos se encontrar e, quando desisto, percebo que estavam o tempo todo pendurados na gola da camisa...

Sim, me enquadro em todas as situações e decido que pilates para o cérebro é tudo o que eu mais preciso neste momento sombrio de transição da velhice iniciante para a velhice nível intermediário.

Vamos às sugestões de exercícios:

Exercício 1: Fazer o maior número possível de atividades diárias com a mão não dominante. E lá vou eu escovar os dentes com a esquerda, abrir portas com a esquerda, até escrever algumas poucas palavras. Facinho. Comparando com um exercício normal, considerei um polichinelo cerebral.

Exercício 2: Fazer coisas comuns com os olhos fechados, estimulando os outros sentidos. Muito bem. Banho com os olhos fechados. Complicou um pouco. Passei o condicionador antes do shampoo. Percebi quando senti a textura cremosinha. Mas localizei com certa facilidade torneiras, saboneteira, e foi mais divertido. Equivelente a alguns abdominais mais elaborados.

Exercício 3: Trocar algumas coisas de lugar, como a lixeira da cozinha, por exemplo. O objetivo desse é evitar automatismos. Muito interessante. Fui pelo menos oito vezes colocar o lixo no lugar errado até que o cérebro se recondicionou com o novo lugar. Dá para comparar com aquele movimento que a gente faz girando uma mão em torno do umbigo e batendo a outra na cabeça, lembram? Complicadinho. Mas depois que se pega o jeito, não tem mais graça.

Então hoje de manhã decidi implementar algumas melhorias no tal pilates sugerido. Decidi guardar coisas usadas não tão diariamente assim, em lugares diferentes.

Resultado: Guardei algumas coisas que não lembro mais o que são em algum lugar que não lembro mais onde fica!

Quem foi o bocó que inventou esse tal pilates para o cérebro?

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