domingo, 13 de junho de 2010

Por você eu largo tudo...

Pois é, a história do violão rendeu, e já estou tocando com alguma desenvoltura. Até gravei um clipe que passei para um crítico, sem muita expectativa, mas que rendeu elogios. Entretanto não foi por causa da minha carreira musical que abandonei temporariamente o blog. Pelo contrário, foi tocando a música "Exagerado", do Cazuza, que eu me dei conta de que ultimamente tenho deixado tudo o mais de lado em nome de uma arrebatadora paixão.

Fazia tempo que não me apaixonava assim, a ponto de não conseguir dormir sem antes me dedicar a ele. E até a reduzir minhas preciosas horas de sono para dar a ele mais uns minutinhos que, de tão deliciosos, se prolongam em horas... Ai, ai, ai. Quem dera todos um dia pudessem sentir uma atração asssim.

E ele, a rigor, nem é assim tão especial, mas tem um jeito que me prende, confesso. Percebi que me apaixonaria quando Isabela Boscov comentou que ele era um editor de revista sueco, que tinha escrito nada menos que dez resenhas de livros (dez!) e que só depois de ter concluído o segundo é que foi providenciar a publicação. Poxa! O cara estava preparado para mandar ver dez livros! Percebi que precisava conhecê-lo. E logo.

Mas, prosseguia Isabela, mal ele tinha terminado de escrever o terceiro livro da série, teve um piti ao subir a escadaria da sua revista (parece que ele era extremamente sedentário) e... catapuft! Morreu! Bateu as botas! Foi ter com o sete peles! O que não diminuiu meu interesse.

Mal acabei de escutar a crítica do primeiro filme - pois os livros foram adaptados para o cinema - corri para a Saraiva.com e encomendei a Trilogia Millenium, de Stieg Larsson. Quatro dias depois estava com a caixa sobre a cama, retirando três grossos volumes de umas 500, 600 páginas cada. Abri e inspirei o aroma de papel novo... delícia!!

Trata-se de uma trama de mistério, uma espécie de suspense policial. São apenas três livros, já que o cara teve o desprazer de sair de cena antes da hora. O título do primeiro, que eu acabei de ler na semana passada, é "Os homens que não gostavam das mulheres". O do segundo, que eu estou na metade e vou pegar daqui a pouco, é "A menina que brincava com fogo". O do último é "A rainha do castelo de ar".

Não é nenhum livro "cabeça" ou coisa que o valha. É simplesmente entretenimento. Do jeito que eu gosto. Sobrou um tempinho? Corro para ler nem que seja uma página. E, quando retomo a leitura, o que está ao redor desaparece, como deve ser.

Noutro dia estava discutindo com um amigo sobre o que é um bom filme e ele tentava me convencer de que às veze um filme não tão bom pode trazer referências a outros diretores ou tentar provocar alguma reflexão ou... bem, até pode ser. Mas eu considero um bom filme aquele que me faz esquecer que estou no cinema. Me retira do mundo real por cerca de duas horas. Posso até refletir ou perceber eventuais referências ou técnicas ou coisa e tal mas... depois. Depois que eu saí do cinema feliz, triste, abalada, chocada, o que for. Durante, ou seduz ou não. Sem meio termo.

Um bom livro é do mesmo jeito: vou folhando as páginas e saindo de mim para viver ou observar a realidade criada pelo autor. Se ele for capaz de prender minha atenção durante a leitura, ótimo. Mas se eu começo a me aborrecer porque o médico atendeu na hora certa e eu não tive tempo de acabar o capítulo... é porque se trata de paixão.

Pode?

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