Isso me dá,
Tique, tique, nervoso
Tique, tique, nervoso,
Tique, tique, nervoso...
Não me perguntem de que canto obscuro da minha mente decrépita saiu a lembrança dessa música! Não sei quem é o autor nem tampouco quem cantava essa maravilha. A culpa é da tempestade de idéias que eu fiz comigo mesmo em busca de uma inspiração para a letra T.
Tique. Tem três definições no dicionário. A primeira é hábito ridículo, cacoete, trejeito. A segunda é aquele vezinho que colocamos ao lado de uma lista. De ticar. A terceira eu nunca ouvi: Nem tique nem taque, que significa dizer: nem uma palavra. Nunca tinha escutado essa expressão. Mas simpatizei com ela. Passa a fazer parte do vocabulário nestoriano.
Nem tique nem taque me lembrou de uma ex-colega de escola e também de faculdade. A Sandra. Ela, quando estava falando qualquer coisa, usava um recurso inusitado. Queria dizer blá, blá, blá. Estão me entendendo? Assim como: ele me disse que estava cansado, e blá, blá, blá. Capicci? Não sei se é uma figura ou um vício de linguagem, mas a gente usa, muitas vezes, uma determinada palavra, diversas vezes em uma conversa, quando quer dizer que há muito mais coisas a relatar, mas que vamos direto ao que é mais importante. Pois Sandra falava, lá pelas tantas, não sei o que, não sei o cá. Suas frases ficavam mais ou menos assim: e fomos para a universidade, não sei o que, não sei o cá, e encontramos as gurias, não sei o que, não sei o cá... Muito a cara dela, isso. Talvez a forma correta de grafar fosse: não se o "q", não sei o "k".
A Hêlo, minha super, hiper, encaixa no meio das frases a palavra coisarada. Sim, um neologismo só dela. E eu fui ao supermercado, e coisarada, e comprei vinho, e massas, e coisarada. Assim. As coisas que não merecem ser listadas, viram coisarada na língua da Hêlo.
E não tem quem fale a todo o momento um né? Sai, né, e então, né, fui pegar o carro, né? Ééééé.
E o que isso tem a ver com tique? Nada. Vamos a eles. A pergunta que não quer calar é: devemos ou não avisar ao portador do tique que ele tem um tique? Será que o ticoso sabe que tem um tique?
Tinha um cara, esposo de uma colega, muito divertido, que adorava contar piadas. Quando ele contava algo realmente engraçado, abaixava a cabeça, como se fosse enterrá-la no pescoço, levantava os ombros, colocava rapidamente a língua para fora e arregalava os olhos. Isso durava um segundo, talvez menos, mas fazia qualquer coisa que ele estivesse falando parecer muito mais engraçada. Quanto mais as pessoas riam, mais ele repetia involuntariamente a sequência: cabeça, ombros, língua, olhos. Imagino que ele nunca tenha ficado sabendo desse tique. A reação das pessoas só reforçava a idéia de que ele era um comediante nato.
Outra amiga, quando escutava uma história realmente quente, que exigisse atenção, franzia a testa, unindo as duas sobrancelhas repetidas vezes, como se estivesse ficando braba e desficando, ficando e desficando, dá para imaginar? Até pensei, um dia, que deveria falar isso a ela, mas o hábito estranho não se manifestava sempre. Só na presença de um babado de peso. Entretanto nunca surgiu ocasião propícia. Não a vejo há algum tempo, mas ela mesma me relatou que tem uma ruga de expressão entre as sobrancelhas, que não entende de onde saiu. Acho que ela anda fofocando horrores!
E meu vizinho? Tem um cacoete muito estranho. Não tenho intimidade para falar sobre isso. Percebo que o tique só dá quando ele resolve falar mais. Ele coça a barriga, depois coça o coteovelo e o entebraço, depois coça o lado do rosto. Volta a coçar a barriga, o cotovelo e o antebraço e o rosto, e vai de novo... quanto mais ele se entusiasma na conversa, mais a frequência da coçação aumenta. Ôxe!
Até um dos meus dogs tem um tique. Basta eu dar um pouco mais de atenção ao outro e ele começa a caçar bichos voadores imaginários. Captura uma coisa que só ele vê e finge que está mastigando. Pode? Nesse caso acho que não adianta falar com ele que isso é uma ação involuntária, que aparece periodicamente, sendo dependente de fatores psíquicos, né? (Putz, falei né!)
Tenho um tique. Não tinha percebido. Acabo de receber um feed back. Saco!
E daí? Grande coisa! Aposto que você também tem um!
Tique, tique, nervoso
Tique, tique, nervoso,
Tique, tique, nervoso...
Não me perguntem de que canto obscuro da minha mente decrépita saiu a lembrança dessa música! Não sei quem é o autor nem tampouco quem cantava essa maravilha. A culpa é da tempestade de idéias que eu fiz comigo mesmo em busca de uma inspiração para a letra T.
Tique. Tem três definições no dicionário. A primeira é hábito ridículo, cacoete, trejeito. A segunda é aquele vezinho que colocamos ao lado de uma lista. De ticar. A terceira eu nunca ouvi: Nem tique nem taque, que significa dizer: nem uma palavra. Nunca tinha escutado essa expressão. Mas simpatizei com ela. Passa a fazer parte do vocabulário nestoriano.
Nem tique nem taque me lembrou de uma ex-colega de escola e também de faculdade. A Sandra. Ela, quando estava falando qualquer coisa, usava um recurso inusitado. Queria dizer blá, blá, blá. Estão me entendendo? Assim como: ele me disse que estava cansado, e blá, blá, blá. Capicci? Não sei se é uma figura ou um vício de linguagem, mas a gente usa, muitas vezes, uma determinada palavra, diversas vezes em uma conversa, quando quer dizer que há muito mais coisas a relatar, mas que vamos direto ao que é mais importante. Pois Sandra falava, lá pelas tantas, não sei o que, não sei o cá. Suas frases ficavam mais ou menos assim: e fomos para a universidade, não sei o que, não sei o cá, e encontramos as gurias, não sei o que, não sei o cá... Muito a cara dela, isso. Talvez a forma correta de grafar fosse: não se o "q", não sei o "k".
A Hêlo, minha super, hiper, encaixa no meio das frases a palavra coisarada. Sim, um neologismo só dela. E eu fui ao supermercado, e coisarada, e comprei vinho, e massas, e coisarada. Assim. As coisas que não merecem ser listadas, viram coisarada na língua da Hêlo.
E não tem quem fale a todo o momento um né? Sai, né, e então, né, fui pegar o carro, né? Ééééé.
E o que isso tem a ver com tique? Nada. Vamos a eles. A pergunta que não quer calar é: devemos ou não avisar ao portador do tique que ele tem um tique? Será que o ticoso sabe que tem um tique?
Tinha um cara, esposo de uma colega, muito divertido, que adorava contar piadas. Quando ele contava algo realmente engraçado, abaixava a cabeça, como se fosse enterrá-la no pescoço, levantava os ombros, colocava rapidamente a língua para fora e arregalava os olhos. Isso durava um segundo, talvez menos, mas fazia qualquer coisa que ele estivesse falando parecer muito mais engraçada. Quanto mais as pessoas riam, mais ele repetia involuntariamente a sequência: cabeça, ombros, língua, olhos. Imagino que ele nunca tenha ficado sabendo desse tique. A reação das pessoas só reforçava a idéia de que ele era um comediante nato.
Outra amiga, quando escutava uma história realmente quente, que exigisse atenção, franzia a testa, unindo as duas sobrancelhas repetidas vezes, como se estivesse ficando braba e desficando, ficando e desficando, dá para imaginar? Até pensei, um dia, que deveria falar isso a ela, mas o hábito estranho não se manifestava sempre. Só na presença de um babado de peso. Entretanto nunca surgiu ocasião propícia. Não a vejo há algum tempo, mas ela mesma me relatou que tem uma ruga de expressão entre as sobrancelhas, que não entende de onde saiu. Acho que ela anda fofocando horrores!
E meu vizinho? Tem um cacoete muito estranho. Não tenho intimidade para falar sobre isso. Percebo que o tique só dá quando ele resolve falar mais. Ele coça a barriga, depois coça o coteovelo e o entebraço, depois coça o lado do rosto. Volta a coçar a barriga, o cotovelo e o antebraço e o rosto, e vai de novo... quanto mais ele se entusiasma na conversa, mais a frequência da coçação aumenta. Ôxe!
Até um dos meus dogs tem um tique. Basta eu dar um pouco mais de atenção ao outro e ele começa a caçar bichos voadores imaginários. Captura uma coisa que só ele vê e finge que está mastigando. Pode? Nesse caso acho que não adianta falar com ele que isso é uma ação involuntária, que aparece periodicamente, sendo dependente de fatores psíquicos, né? (Putz, falei né!)
Tenho um tique. Não tinha percebido. Acabo de receber um feed back. Saco!
E daí? Grande coisa! Aposto que você também tem um!
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