O fato é que temos que nos curvar a alguns borogodós alheios. E reconhecer que existem, mesmo que não saibamos qual é. Na esfera política nacional, temos dois bons exemplos. O prefeito aqui da praia, por exemplo, é borogodozudo que só. Olho, olho e não consigo ver nele o que aquela mulher lindíssima viu. Quem sabe de quem estou falando, há de concordar. E nosso vice-presidente também deve ter borogodó. Não percebo, mas deve ter.
Sargentelli (lembram daquele babão?) dizia que suas mulatas tinham borogodó. Mas aí todo mundo reconhecia. Mas borogodó não é algo unânime. Eu, por exemplo, acho que Marília Gabriela tem. Suzana Vieira, acho que tem de sobra. Chico Buarque tem. Lobão também tem. Concordam?
Mas, é o que dizer do ó? O ó do borogodó deveria ser o exato diferencial, não é? O crème de la crème do borogodó. Certo? Errado. Erradíssimo! Quando alguém fala que achou determinada coisa o ó do borogodó quer dizer que achou a tal coisa horrível, péssima, pavorosa.
Cumé? Também não compreendi. Mas é fato: o ó do borogodó é detestável. É o lado negro do borogodó. E ele pode ser chamado assim, simplesmente: o ó (com letra minúscula, para enfatizar a sua insignificância).
E eu diria mais. O ó do borogodó não é apenas a falta de algum tipo de atrativo. O ó é mais a falta de bom senso. É a falta de educação. É a grosseria. Aquelas pessoas que resolvem atender a uma chamada do celular durante uma reunião de trabalho são o ó. Aquelas que atendem na mesa do restaurante, ao lado da sua, e falam alto, para todo mundo escutar, são o óóóó. Aquelas que ouvem música alta na beira da praia, o óóóóóóó. Aquelas que furam a fila da padaria, óóóóóóóóóó.
Concluí, neste minuto: Quem é o ó não tem nenhum borogodó.
3 comentários:
Legal, gostei dos esclarecimentos...
Esclarecedor
Nesta vida tudo tem um ó, uma falha, um senão. O borogodó também não poderia deixar de ter o seu ó: o ó do borogodó.
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